31 dezembro 2010

Escultura de Gregor Gaida


Gregor Gaida é um artista polaco que vive e trabalha em Bremen, Alemanha.
Usa a madeira (muitas vezes combinada com alumínio, poliéster e resina acrílica) duma maneira muito pessoal, compondo narrativas muito fortes ,simultâneamente impressivas e expressivas, que deixam o nosso olhar absolutamente surpreendido.

30 dezembro 2010

É preciso saber sempre quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos de viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver noutro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo a perguntar por que isso aconteceu....
Pode dizer a si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, a acontecer, coisas que eram tão importantes e sólidas na sua vida, e que subitamente se transformaram em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: os seus pais, os seus amigos, os seus filhos, os seus irmãos, todos estarão a encerrar capítulos, a virar a folha, a seguir adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tenta entender as coisas que acontecem consigo.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que temos.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está a acontecer no nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém joga nesta vida com cartas marcadas; portanto, às vezes ganhas-se e às vezes perde-se.
Não espere que lhe devolvam algo, não espere que reconheçam o seu esforço, que descubram o seu génio, que entendam o seu amor. Pare de ligar a sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso estará apenas a envenená-lo, e nada mais.
Não há nada mais perigoso do que rompimentos amorosos que não são aceites, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que são sempre adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e transforme-se em quem é. Torne-se uma pessoa melhor e assegure-se de que sabe bem quem é, antes de conhecer alguém e de esperar que ele(a) veja quem você é..
E lembre-se:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.

Fernando Pessoa

29 dezembro 2010

O luxo em papel - Zoe Bradley


Zoe Bradley formou-se em 1997 e logo foi trabalhar ao lado do estilista Alexander McQueen. Depois criou sua marca própria trabalhando esculturas e silhuetas criando formas, objectos, flores, cenários para vitrines, instalações ou editoriais de moda. Hoje vive em Londres é lá que faz as suas criações. Trabalha essencialmente com papel recortado e dobragens de origami. Os projectos são muito elaborados e já fizeram vitrines dos mais conceituados estilistas como Donna Karan, Harrods, Missoni, Pringle of Scotland, Harvey Nichols e Selfridges em Londres. Também já trabalhou para revistas famosas como Wallpaper, Surface, Tattler & Vogue.

27 dezembro 2010

reciclagem inteligente-telefones antigos transformados em arte por Jean-Luc Cornec

A arte também pode ser uma forma de reciclagem! O artista Jean-Luc Cornec nasceu em França, estudou e actualmente reside e trabalha na cidade alemã de Frankfurt. A sua obra é, pelas suas próprias palavras, um apelo visual de combinação de elementos como o abstracto, o nostálgico ou o arcaico. E é exactamente dessa conjugação que nasce em 2006 um dos trabalhos mais identificativos da sua identidade criativa: 'Ovelhas-Telefone' exposto no Museum of Telecommunication in Frankfurt em 2006
Cada uma destas ovelhas é feita de telefones e fios! A cabeça e as patas de cada animal são feitas com o aparelho em si, enquanto que o corpo é criado a partir dos fios do mesmo, enrolados sobre uma estrutura metálica, imitando a lã. Algumas das ovelhas parecem alimentar-se, outras estão juntas apenas, formando um rebanho muito realista, havendo até a icónica ovelha negra.
Esta foi considerada uma das mostras de arte contemporânea mais imaginativas, inteligentes, inusitadas e bem conseguidas dos últimos anos. A exposição é relevante do potencial criativo que reutilização dos mais diversos materiais pode constituir quando se transforma em matéria de arte.

13 outubro 2010

os origami de Eric Joisel são esculturas

Eric Joisel  cria personagens em origami, com pormenores que são deslumbrantes pelo seu detalhe. Sendo originalmente um escultor tradicional, este artista explorou o origami como autodidacta e passou anos aperfeiçoando e adaptando uma variedade de técnicas de dobragem. O seu site tem dezenas de imagens de animais, seres humanos e fadas e toda uma panóplia de temas e formas.

Personagens inspiradas na  “Commedia dell'Arte
Diz: " tenho trabalhado em argila, pedra e madeira, antes de trabalhar o papel. Prefiro criar figuras humanas e praticava a fazendo máscaras e os rostos envelhecidos. Agora o meu trabalho é diferente do origami tradicional, onde cada passo é exactamente definido de modo a produzir cópias exactas. Esta experiencia, mais do que apenas execução, foi o processo de respiração da vida no papel e, mais importante, parcialmente improvisando com todos os modelos para que cada um fosse diferente.”

11 setembro 2010

 Não se esqueçam de escrever por dentro do peito: nós nascemos para ter asas.

No entanto, em épocas remotas, vieram com dedos pesados de ferrugem para gastar as nossas asas como se gastam tostões.
  Cortaram-nos as asas para que fôssemos apenas operários obedientes, estudantes atenciosos, leitores ingénuos de notícias sensacionais, gente pouca, pouca e seca.
  Apesar disso, sábios, estudiosos do arco-íris e de coisas transparentes, afirmam que as asas dos homens crescem mesmo depois de cortadas, e, novamente cortadas, de novo voltam a ser.
  Aceitemos esta hipótese, apesar de não termos dela qualquer confirmação prática.
 Por hoje é tudo. Abram as janelas. Podem sair.

José Fanha, 1985. Cartas de Marear

29 agosto 2010

“paperworks” — installations de Andreas Kocks

Andreas Kocks é alemão , vive e trabalha entre Nova York e Munich. As suas instalações feitas com papel recortado e pintado a acrílico branco ou a grafite ,alteram a relação geométrica do espaço de modo emotivo. A impressão que fica é de paredes que se transformam em organismos quase naturezas vivas , que expandem para além dos limites, com uma vitalidade inusual à matéria inerte.
Ver e não Ver

Não vos tem acontecido alguma vez ter os olhos postos e fixos em uma parte, e porque no mesmo tempo estais com o pensamento divertido, ou na conversação, ou em algum cuidado, não dar fé das mesmas coisas que estais vendo? Pois esse é o modo e a razão porque naturalmente, e sem milagre, podemos ver e não ver juntamente. Vemos as coisas, porque as vemos: e não vemos essas mesmas coisas, porque as vemos divertidos.•
Padre António Vieira, in "Sermões

28 agosto 2010

as cerâmicas de Cristina Córdova

Cristina Córdova nasceu em 1976 em Boston mas tem ascendência porto-riquenha. As suas raízes culturais são muito marcadas nas suas figuras de cerâmica, metafóricas , com expressões que são muitas vezes dolorosas, ou estoicamente heróicas, como santos martirizados, mães atormentadas ou anjos resistindo . A sua obra tem uma carga emocional expressa e muito intensa; a opção pela nudez é um elemento que a escultora usa para reforçar a exposição do conteúdo psicológico da figura, como uma revelação daquilo que lhes é mais intimo.